Ao circularmos pelo monte de N.
Sra. da Confiança uma das edificações que nos chama a atenção é o velho
telheiro situado a entrada do arraial. Já ouvi algumas versões sobre a sua
construção, com esta nota pretendo relembrar o momento que terá marcado a sua
edificação, embora a construção atual seja resultado de
algumas alterações sofridas ao longo dos tempos, apresentando algumas diferenças em relação a construção original.
Mas sobre a origem deste edifício
existe a ata de uma reunião da Junta de Paroquia de Pedrógão Pequeno (órgão
administrativo que antecedeu a Junta de Freguesia) ocorrida no distante 20 de
agosto de 1883 redigida pelo então secretário ou escrivão da Junta José da
Silva Tavares.
Reuniu em sessão extraordinária na sacristia da Igreja Matriz desta
vila a Junta de Paroquia de Pedrogão Pequeno…. Onde compareceu também José da
Silva natural desta Vila e residente em Lisboa que acompanhado pela esposa
Luísa Maria da Costa Braz e Silva. Declarou que por sua própria e livre vontade
mandará e expensas suas, edificar junto a cerca de Nº Sra. da Confiança, entre
o caminho velho e a estrada nova que conduzem a Capela, um telheiro ou barracão
de setenta palmos, iguais a treze metros e vinte centímetros de comprido, uma
parede de fundo no lado sul, três postes no lado norte, para sobres eles colocar
as traves, madeira toda de pinho e telha vã, que oferece a Sra. da Confiança,
para ali se abrigarem sem distinção ou hierarquia de pessoas, que forem em
qualquer ocasião, cumprir seus votos e promessas a Virgem Nossa Senhora, sem
que se possa arrendar ou alugar, nem albergar debaixo dele cavalidades de
qualquer espécie, nem objeto qualquer exposto a venda, por esta ser a sua
vontade e de sua esposa. …Ficando entregue a Junta de Paroquia que cuidará da
sua conservação.
A junta de Paroquia presidida por
José Henriques Vidigal, e que tinha como vice-presidente Francisco José Nunes
David, e como os vogais José António Serra e Joaquim Pereira Freire (que também
desempenhava o cargo de tesoureiro a titulo gratuito), agradeceu a oferta e por
unanimidade aprovou um voto de louvor e gratidão.
Muito bem Manuel Dias. Obrigado!
ResponderEliminarParabéns, Manuel Dias! Seria interessante revelar onde se encontra o documento em referência. Como conservaram a acta redigida na reunião de 20 de Agosto de 1883? Havia livro de actas? Os melhores cumprimentos.
ResponderEliminarMuitos parabéns, Sr Manuel Dias, por tão bem conhecer e divulgar a História de Pedrógão. Gostei imenso de ler este registo! Um abraço.
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