Filarmónica organiza convívio do
“Borrego”
No
próximo dia 1 de novembro a Filarmónica Aurora Pedroguense organiza o
tradicional convívio do “Borrego”. O evento inicia-se por volta das 10:15 com o
hastear da Bandeira da Filarmónica, segue-se arruada e romagem ao cemitério, as
11:30 terá lugar a Missa na Igreja Matriz. Cerca das 13 horas realiza-se o
almoço convívio com a apresentação dos novos músicos, a tarde será preenchida com Concerto da Filarmónica (se as
condições metrológicas o permitirem), Magusto, e atuação de um grupo convidado.
Este convívio é aberto a quem
queira participar, os sócios da Filarmónica, pagam 6€ os não sócios 10€, os
antigos músicos tem entrada gratuita, as inscrições podem ser feitas até dia 28
de outubro.
Muito pouco
se sabe sobre as origens desta tradição, tudo leva a crer, que o objetivo desta
“festa” era proporcionar um dia de convívio aos músicos e dirigentes da
Filarmónica, terminada mais uma época de festas (normalmente a ultima festa era
a de S. Rafael no Bravo no final de Outubro). Se a isto juntarmos todas as
tradições e rituais associados ao dia de Todos-os-Santos, as castanhas e a
água-pé nova, facilmente percebemos porque é que este convívio se realizando
nesta data.
Puxando pela memória de alguns dos fiéis
guardiães da história e da mística desta coletividade, os antigos músicos.
Recuamos ate ao início da década de quarenta da século vinte (embora este
costume seja muito mais antigo), verificamos que no dia de Todos-os-Santos
havia o hábito de a Filarmónica se deslocar a casa de algumas das mais
abastadas famílias da Freguesia, (Sr. Firmino da Arrochela, Sr. Martins do Cimo
da Lomba, Sr. José Amaro, Sr. António Fernandes do Bravo, Sr. Cortês do Vale
Couro…, etc.) e ai almoçar e conviver o resto do dia, por norma o almoço era
bacalhau, (embora haja também referencias ao facto de o peixe do rio também ter
feito parte da ementa destes convívios) sendo a sua aquisição da responsabilidade
da Filarmónica, ficando os restantes componentes da refeição por conta do dono
da casa. Certo ano o almoço foi oferecido pelo Sr. José Amaro da Várzea, que
resolveu substituir o bacalhau por borrego, oferecendo ainda uma caldeira para
preparar o repasto nos anos seguintes e a tradição do borrego pegou.
Depois
disso o borrego foi tendo lugar em
locais como a adega da família Vidigal na Tapada, na adega do Sr. Gustavo Alves
no Areal, na “casa da Tapada” ou no telheiro de N. Sr.ª da Confiança e em
outros locais que não foi possível apurar. A partir do final da década de
sessenta, com a cedência a Junta de Freguesia pelo Sr. Afonso Lourenço da
Silva, do edifício sede da mesma, o “borrego”
passou ter lugar neste edifício, (a exceção dos anos de 1999 que decorreu na
cantina escolar, e de 2000 e 2001 que teve lugar no Centro-de-dia), primeiro na
arrecadação ou cave posteriormente na varanda e atualmente no salão de festas.
O borrego foi desde o início, ate ao ano de 1993 sendo confeccionado por
homens, como Artur Antunes Barata (Artur
“Couceiro”), Vicente Correia, António
Lopes Pessoa (António Inácio) e José
Fernandes Mendes (Tio Zé Senhoras). A
partir 1994 o borrego passou a ser confeccionado por mãos femininas.
Outra das particularidades deste convívio era
que ate ao início da década de noventa cada músico tinha que levar prato, copo
e talheres.